Talvez vocês não saibam, mas eu faço ioga. Não, eu não faço ioga numa academia ou templo, sei lá o quê. Faço pelo YouTube como qualquer pessoa de 26 anos, preguiçosa, que não quer sair de casa ou gastar muito para se exercitar, mas sabe que nessa idade não é muito inteligente ficar sedentária.
Já falei um pouco sobre exercícios sem sair da casa logo no começo do blog.
Enfim, porque estou falando sobre isso? Porque em um dos vídeos que assisti recentemente, a professora de ioga, Pri Leite, fala e faz uma meditação sobre amar a si mesmo e fiquei com vontade de compartilhar com vocês. Ela conta no vídeo que um professor a ensinou que para aprendermos a AMAR, primeiro deveríamos amar as estrelas, porque estão longe e não podem nos machucar, depois as plantas, que são dóceis e sem complicação, então os animais e as pessoas, que interagem e nos põe à prova, só então estaremos pronto para amar a si mesmo, o amor mais difícil e o mais necessário.
Durante a reflexão eu fiquei pensando, porque amar a si mesmo é tão difícil? Porque temos dificuldade de gostarmos da única pessoa que vive e participa 24h conosco. Porque é mais fácil amar uma causa, uma pessoa, um objeto, mas é muito difícil nos amar e lutar pela gente?
Eu tenho uma pequena teoria sobre isso: vivemos numa sociedade em que é muito difícil nos aceitar como nós somos. Se somos magros, temos que ter curvas, se temos curvas, temos que diminuir para não pensarem que somos gordos; não podemos pensar na gente porque vão nos achar egoístas; não podemos ser desapegados das coisas materiais, porque ficaremos desplugado das novidades; não podemos ser muito consumistas porque isso também não é legal. Acabamos nos guiando simplesmente pelo que os outro dizem ou pior, pelo que achamos que as pessoas vão dizer.
Nossos gostos, nossos desgostos, o que achamos certo, o que achamos errados, nossa forma de ver o mundo e a nós mesmo, está tudo baseado na sociedade em que estamos inseridos, quando li o livro “Eu sou Malala” vi o quanto a cultura e a sociedade nos molda, e infelizmente não dá pra sair disso, não dá pra simplesmente se desligar de onde estamos, porque isso não é viável, mas o que podemos fazer é questionar.
Será que eu não sou feliz com meu corpo porque eu não gosto dele ou porque a sociedade está falando que eu tenho que ser algo inatingível?
Será que a forma como eu olho as pessoas a minha volta é realmente o meu olhar ou é o preconceito que vendo sendo repetido toda a minha vida?
“Seja você mesmo/ Aceite-se/ Valorize-se / Perdoe-se / Abençoe-se / Expresse-se / Confie em si / Ame-se / Empodere-se”
Será que eu tenho que fazer faculdade para ser bem sucedido? Será que eu tenho que trabalhar em um escritório ou em um emprego “convencional” para ser bem sucedido? Será que eu preciso ser bem sucedido aos 20?
Será que eu preciso dessa pressa toda para estar “bem de vida”? Será que eu quero esse tipo de “estar bem de vida”?
Esse é um exercício que eu estou fazendo esse ano, desde gostos musicais (Será que realmente esse tipo de música é ruim ou a sociedade que me fala isso?) até coisas mais profundas, como aceitar a mim mesma do jeito que eu sou e, em primeiro lugar, descobrir como eu quero ser, sem ter um modelo perfeito de corpo ideal. Não está sendo fácil, não consigo o tempo todo, mas acho que é um treinamento importante para diminuir as neuras, sabe?
Vamos nos amar mais, vamos ficar mais com que nos valoriza e nos dá força, e não com pessoas que nos colocam para baixo! Vamos fazer exercío por causa da saúde, não para ficar com o corpo photshopado da capa de revista, vamos valorizar os cachos, os lisos, os bagunçados. Vamos dançar, beber, se divertir com os amigos, ficar em casa vendo Netflix sem culpa, vamos ler os livros que temos vontade, ouvir músicas novas, conhecer outras formas, outras culturas. Vamos ouvir mais, ouvir nosso corpo, nosso coração, as pessoas à nossa volta. Vamos viver, vamos questionar!
Vou colocar alguns links de vídeos e textos que falam sobre pensar fora da caixinha, fiquem à vontade para entrar, questionar e refletir!
*mercado de trabalho: opções não óbvias (canal da Jout Jout)
*privilégios para minorias (canal Para Tudo)
*sobre corrupção e a crise brasileira (carta aberta de Mark Manson)
*sobre os padrões de beleza (blog Girls With Style)
Então esse é um convite a reflexão… vamos falar sobre isso? Comente!
Escrito por:
Mari Bomfim
“Será que eu não sou feliz com meu corpo porque eu não gosto dele ou porque a sociedade está falando que eu tenho que ser algo inatingível?” Pergunta da vidaaaa!! Cara, depois que você se aceita como você é, a vida fica muito mais mara e leve!!!
Amei o post ♥
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Aah obrigada pam *-* realmente em vez da gnt ficar buscando o corpo perfeito, a gnt tem q começar a buscar a aceitação! 🙂
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